Clariçoca!

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01 novembro 2010

Aponta pra fé e rema...

As vezes me bate um sentimento que eu não sei explicar de onde veio e pra onde vai. É uma tristeza misturada com nostalgia e uma pitada de impotência. Explico: tenho hoje, tudo o que quero na vida (ou quase tudo). Sou casada com o homem da minha vida, tenho um gato e um cachorrinho lindos e que não poderiam ser mais bonzinhos (poderiam sim, mas do jeito que tá tá ótimo), tenho uma boa carreira, não ganho rios de dinheiro mas também não passo necessidade, tenho amigos, gosto e sei um pouco de fotografia e tenho uma família muito bacana, no geral. Mas nesses dias o que eu não fui e não tenho me fazem falta. Eu não fui pra Europa ainda. Eu não fui bailarina e nunca vou ser. Eu não tenho filhos ainda. Eu não sei falar francês fluente ainda. Se eu fosse mais paciente, talvez eu hoje tivesse o que eu queria(O). Meus pais e amigos mais queridos estão a 10000km de distância de mim. Eu não conheço Bonito, meu cabelo não é o mais legal do mundo, eu ainda não perdi os 10kg que eu quero perder, eu não sei tirar fotos tão bem quanto eu gostaria, eu não...Me cansa ter tanta sede de viver, de vez em quando. Me cansa, nesses dias, achar que a grama do vizinho é mais verde e que eu sou um fracasso. Eu sei que eu não sou, eu sei que todos nós temos problemas de vez em quando e nem por isso a vida é melhor ou pior. Eu não tenho motivos pra reclamar, não mesmo. Mas hoje, na minha cabeça, é um dia cinza pra sentir falta do que eu não vivi. Falta do cheirinho do filho que eu ainda não tive. Das fotos tiradas no mochilão pela Europa. Do aniversário de 10 anos de casada. Da festa de casamento no Brasil. De desencaixotar a mudança pra casa nova, de me formar na escola de balé, de ter uma exposição de fotografia com o meu nome.
Essa tristeza só é diminuída em saber que algumas dessas coisas eu ainda vou poder fazer. Mas no lugar da tristeza só me bate medo. Um medo muito grande de eu, pra ter o que eu quero, ter que perder o que eu tenho. Medo de não conseguir, de sei-lá-o-quê.
Hoje o dia está cinza, pensando no que não fui e que poderia ser. Ou não.

"Quero apenas cinco coisas... Primeiro é o amor sem fim. A segunda é ver o outono. A terceira é o grave inverno. Em quarto lugar o verão. A quinta coisa são os teus olhos. Não quero dormir sem teus olhos. Não quero ser... sem que me olhes. Abro mão da primavera para que continues me olhando". Pablo Neruda

Um comentário:

Uma Sonhadora disse...

Olá...vi seu blog pelo da Carol.
Bem, acho que vc nao tem motivos para ficar triste. saiba que tudo que eu queria agora era um EMPREGO so isso.
Imagino que vc tenha seus objetivos e ideais, mas pense que vc ja tem quase tudo...e o restante vc pode conseguir. Isso so depende de vc.
Seja feliz.,
Abraços
http://2010palavrasaovento.blogspot.com/